Lembrança do nada

No desejo teimoso meu de ser uma

A saudade não cessa

De outros tempos

Tempos que jamais estiveram na minha lembrança

Será o amor alheio a mim?

As horas passam ocupadas

Não vejo o quanto se foi

De risos de lágrimas de suspiros

Outro dia chega com as flores da repetida estação

Fresco desconhecido colorido,

No entanto, o mesmo

Na ânsia de ir e voltar

Perco-me nas linhas e letras sem fim

Vou com minha saudade, mais nada,

Ver quem está naquele lugar 

Naquele tempo

Que não conheço e vislumbro no tom do céu

Róseo-azulado me encanta

Enquanto escuto o que não é

Quem nunca veio

Os que lutaram e hoje são histórias

Nem venta na minha mente

Porque intactas ficam as lembranças

De quê, meu Deus?!

Danielle Arantes Giannini, em um ano qualquer que se foi

Ela partiu

Ela é bela, ela é bela
Ela é o que ninguém mais é
É única, encantadora
A melhor
A mais importante
Incomparável.
Ela é bela, ela é bela
Ela é o todo, tudo compreende
É pilar, é base, é o topo do mundo
Insuperável.
Ela é bela, ela é bela
Vestida de cabelos alourados
Túnica azul feita de tecido-luz
Ela brilha, irradia
Ela apazigua 
Serena,
Compreende
Acalma
Ela é bela, ela é bela
Ela é esperança
Ela é reencontro
Ela é dia e noite
Sol e chuva
Brisa e lágrima
Toda sorriso
Ela é alma imortal
É o porvir
E eu aguardo.

Danielle Arantes Giannini
28/12/2020

mais um poeminha para quem ainda dói

ainda a dor

 

como a dor dilacera

a ferida não fecha

rompem-se os nervos

a mente voa para um tempo indesejado

passa o dia pesaroso

cai a noite solitária

cada pedaço de mim arde em vazios

ausências minhas

nada preenche que afague

só falsos suspiros

esses eu não quero

o meu desejo é o meu encontro

Onde?

 

Danielle Arantes Giannini