Se você gosta de escrever e tem facilidade com as palavras, tanto melhor, seus textos terão uma boa chance de serem bons. Se você não gosta de escrever, isso não é um problema tão grande, desde que desenvolva certas competências linguísticas. Gostar da escrita é uma vantagem, porém não é garantia de resultados satisfatórios. O que mais então é preciso para ser um autor?
Antes de tudo, muita paciência e também certa dose diária de leitura, pois sem ler a mente vai se acomodando e as possibilidades de quem escreve se restringem a quase nada, uma vez que não se interiorizam modelos. Modelos são palavras, expressões, estruturas sintáticas e toda gama de variações linguísticas possíveis em um texto. À medida que lemos, automaticamente registramos estes modelos, que nos são acessíveis sempre que necessário. Não que o ato de escrever seja cópia de textos lidos, longe disso, é antes a exploração de possibilidades inesgotáveis constituídas a partir de tudo o que aprendemos e interiorizamos a partir de nossas observações, sensações, experimentações e vivências.
Em suma, é o repertório que se forma ininterruptamente através da vida que vai agir como fator preponderante na confecção de um texto. Por isso, além da leitura acrescentar conteúdo, sem contar outros inúmeros benefícios, ela fornece ferramentas para desenvolvermos a habilidade da escrita. Portanto não ter na leitura um hábito, qualquer que seja o nível desta leitura, é praticamente um tiro no pé de qualquer ser pensante que tenha a intenção de escrever.